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Adriana Arruda - Publicado em 24-07-2024 07:00
Editora e pesquisadores da UFSCar são finalistas do Jabuti Acadêmico
Capas das obras da UFSCar que são finalistas do 1º Prêmio Jabuti Acadêmico (Imagem: Henrique Campos)
Capas das obras da UFSCar que são finalistas do 1º Prêmio Jabuti Acadêmico (Imagem: Henrique Campos)
A primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico divulgou os 5 livros finalistas em cada uma das suas 29 categorias, distribuídas em dois eixos (Ciência e Cultura e Prêmios Especiais), e a UFSCar está presente em duas delas.

Uma é a categoria Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, com a obra "Do futebol moderno aos futebóis transmodernos: a utopia da diversidade revolucionária", publicada pela EdUFSCar. A organização é de Osmar Moreira de Souza Júnior, docente no Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas dos Aspectos Pedagógicos e Sociais do Futebol (ProFut), Ricardo Souza de Carvalho e Denis Prado, pesquisadores do ProFut.

"Ao longo dos capítulos, pesquisadores e pesquisadoras compartilham relatos de experiências e críticas ao futebol moderno - capitalista, machista e racista - e exploram os futebóis transmodernos. Estes incluem todas as formas de futebol que sobrevivem à margem da modernidade, como os futebóis das mulheres, indígenas, pessoas com deficiências e da população LGBTQIAPN+. Ainda consumimos o futebol moderno, mas também reconhecemos, valorizamos e abrimos espaço para essas alternativas", expõe Souza Júnior.

Para o Diretor da EdUFSCar, Wilson Alves-Bezerra, "esta é uma obra fundamental para o Brasil menos violento que estamos construindo: um país em que o futebol de alta performance, excludente e violento dê lugar aos futebóis, onde caiba a diversidade de nossa sociedade".

O reconhecimento pelo Prêmio Jabuti Acadêmico tem, portanto, uma significação singular. "Todo livro que recebe uma distinção como essa é um orgulho para nós da EdUFSCar, em particular, e para a comunidade da UFSCar como um todo. No caso desse livro, em especial, essa alegria é ainda maior. O professor Osmar nos procurou ainda durante a pandemia da Covid-19 com a ideia de publicação num momento histórico difícil para todos e sob um governo avesso à temática de gênero. Produzir um livro que celebra a vida e a diversidade nos esportes foi de fato um alento: discutir a forma da publicação, o título, a capa, cada detalhe para que ele pudesse chegar a um público mais amplo, para além do acadêmico", destaca o Diretor da Editora.

"O resultado nos traz uma alegria indescritível. A conquista valida o potencial revolucionário e humanizador que nos empenhamos para incluir no livro. Com a colaboração de 40 autores e autoras - que vão de acadêmicos a ativistas, de jogadoras de futebol a doutores e graduandos, incluindo pessoas fora do meio acadêmico -, nossa obra reflete nossa utopia de diversidade. Agradecemos a todos que contribuíram e à Editora pelo apoio, pois chegar até aqui já é uma vitória", enfatiza Souza Júnior. Detalhes sobre o livro estão disponíveis em episódio do videocast "Conexão Federal" no YouTube.

Já na categoria Artes, um dos finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico é o livro "Uma Hollywood Brasileira ou o cinema em Campinas na década de 1920", de autoria de Carlos Roberto de Souza, docente colaborador no Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som (PPGIS) da UFSCar, publicado pela Editora Alameda. 

A obra nasceu da dissertação de mestrado do autor, defendida na Escola de Educação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), e descreve o esforço de jovens em Campinas (SP), entre 1923 e 1927, para estabelecer uma indústria cinematográfica local. O livro destaca a criação de filmes como "João da Mata", o primeiro produzido na cidade, pelo próprio diretor do filme, Amilar Alves; e "Sofrer para gozar" e "A Carne", pela Apa Film, a primeira produtora da cidade; entre outros. Com humor e paixão, analisa a produção campineira e sua interação com o panorama cinematográfico brasileiro da época, preenchendo uma lacuna importante nos estudos sobre o cinema nacional, em uma época em que o mercado era praticamente dominado pelas grandes distribuidoras estadunidenses.

"A seleção da obra como finalista no Prêmio Jabuti Acadêmico comprova a qualidade da pesquisa e da análise dos acontecimentos e reconhece a importância dos trabalhos sobre o cinema brasileiro", conclui Souza.

Sobre a premiação
O Prêmio Jabuti Acadêmico foi criado em 2024 e visa reconhecer a produção científica, técnica e profissional no Brasil, divulgando autores e editores que contribuem para a cultura e o conhecimento no País. No total, foram 1.953 obras inscritas nesta primeira edição. 

Os vencedores serão anunciados em cerimônia no dia 6 de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, onde receberão uma estatueta e um prêmio de R$ 5 mil.

A lista completa dos finalistas pode ser conferida no site da iniciativa.