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Gisele Bicaletto - Publicado em 06-12-2024 13:00
UFSCar inicia projeto internacional em dor pediátrica financiado pela UE
Projeto recebeu 800 mil euros e terá três anos de duração (Imagem: Divulgação)
Projeto recebeu 800 mil euros e terá três anos de duração (Imagem: Divulgação)
Identificar e implementar ações transformadoras de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em universidades africanas e latino-americanas para facilitar a integração, a criação de conhecimento e a cooperação acadêmico-científica sobre Humanização dos Cuidados com a Dor Pediátrica (HPPC). Este é o objetivo principal do "HUDPEDCARE - O ensino superior como motor da humanização dos cuidados em dor pediátrica", projeto internacional financiado pela União Europeia (UE), por meio do programa Erasmus+. A iniciativa é liderada pela professora Esther Ferreira, do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar, que está em pós-doutorado na Espanha.

O projeto envolve 15 universidades de oito países - Brasil, Peru, Moçambique, Cabo Verde, Espanha, Portugal, Polônia e Turquia. Dentre os objetivos específicos, Ferreira cita o desenvolvimento de soluções tecnológicas para conectividade, trabalho colaborativo e aprendizagem conjunta, geração de conhecimento aplicado sobre HPPC entre universidades da Europa, África e América Latina utilizando novos recursos tecnológicos, estabelecimento de sete Centros de Aprendizagem Tecnológica em HPPC (PedTECH) e aplicação de competências adquiridas em HPPC para desenvolver novos conteúdos e divulgá-los em níveis acadêmicos e não acadêmicos. "Além disso, reconhecendo os cuidados pediátricos como uma prioridade na África e na América Latina e com o objetivo de melhorar a colaboração entre as universidades, são necessários contatos para projetos conjuntos de inovação no ensino e redes temáticas de educadores no campo da HPPC", complementa a docente da UFSCar.

De acordo com Esther Ferreira, os resultados esperados do projeto abrangem o fortalecimento da colaboração entre parceiros, o desenvolvimento de uma plataforma especializada para transferência de conhecimento em HPPC, capacitação sobre o tema de interesse significativo para a África e América Latina, além da criação dos centros de formação tecnológica. "Todos estes resultados são baseados nas soluções tecnológicas implementadas neste projeto", explica Esther. Em relação ao tema do projeto - Humanização dos Cuidados com a Dor Pediátrica - a professora da UFSCar aponta que as universidades participantes reconhecem a necessidade de modernizar os processos de formação acadêmica e profissional, necessitando de um uso extensivo de TICs e de uma estrutura curricular flexível que incorpore disciplinas contemporâneas como a HPPC. "Precisamos tanto fomentar a temática, para que os profissionais já formados possam entender e aprimorar seus conhecimentos, porque muitos nunca tiveram contato com dor pediátrica em sua graduação, assim como inserir espaços durante a própria graduação para as diversas áreas da saúde. Não importa qual área o aluno irá seguir após formado, a observação e o cuidado com a dor está presente em toda a assistência em pediatria, seja na emergência, no posto de saúde, na maternidade e nos demais locais, o que impacta diretamente na qualidade de vida das crianças e das suas famílias", expõe Ferreira.

A participação na chamada do Programa Erasmus+ veio a convite do grupo que está realizando o pós-doutorado da professora Esther Ferreira, uma vez que ela estava trabalhando com dor pediátrica, temática relevante e que necessita de um olhar especial. "Escrevemos um projeto amplo e que pudesse se adequar às necessidades de diversas culturas e países. A partir desse primeiro núcleo, as outras universidades foram convidadas também, o que transformou o projeto em algo robusto, tanto que fomos um dos poucos grupos que conseguiram esse fomento na União Europeia", explica. O HUPEDCARE recebeu um total de 800 mil euros, que serão divididos entre as 15 universidades, conforme suas participações e tarefas.

"Acredito ser algo inovador, não apenas pela temática da dor pediátrica, mas também por unir a tecnologia à medicina, vinculando tantos países diferentes em prol de um único objetivo, o de educar em dor infantil, o que impacta diretamente na melhoria da qualidade de vida das crianças mundialmente", conclui a professora da UFSCar.

O projeto terá duração de três anos e as informações completas estão no site, já traduzido para o Português pela UFSCar.