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Gisele Bicaletto - Publicado em 17-03-2025 13:00
Cuidadores de crianças atípicas são tema de pesquisa
Participação é online até o dia 30 de abtil (Foto: Pexels)
Participação é online até o dia 30 de abtil (Foto: Pexels)
Investigar as necessidades e apoios percebidos pelos cuidadores de crianças atípicas e o seu impacto para o empoderamento e a qualidade de vida familiar. Este é o objetivo central de pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional (PPGTO) da UFSCar. O estudo é aberto a cuidadores de crianças atípicas, formais ou informais, de todo o Brasil e a participação será por meio de preenchimento de questionário online.

A pesquisa é conduzida pela mestranda Patrícia Ortiz de Camargo Pelegrini, sob orientação de Patrícia Carla de Souza Della Barba, docente do Departamento de Terapia Ocupacional (DTO) da UFSCar. De acordo com a pesquisadora, a literatura já defende a importância dos estudos com cuidadores como fator de sucesso para o desenvolvimento de crianças, já que eles são quem melhor as conhecem e com quem elas passam a maior parte do tempo. "Desse modo, a avaliação da vivência e da sobrecarga do cuidador, através do seu próprio ponto de vista, contribui para o entendimento do real impacto que uma condição determina em sua vida", explica Pelegrini. Nessa perspectiva, além de identificar as necessidades, também é importante capacitar as famílias para que ampliem suas habilidades e fortaleçam suas redes de apoio. "Os apoios favorecem a redução do estresse e promovem saúde e bem-estar, o que dentro de uma lógica sistêmica de cuidado, garantem que as experiências e oportunidades dos contextos naturais tenham como consequências a promoção e o reforço das competências das crianças, dos cuidadores e das famílias", reforça a pesquisadora da UFSCar.

Ela explica que é neste contexto que o empoderamento familiar é importante como um processo pelo qual as famílias têm acesso a conhecimentos, habilidades e recursos  que as tornam capazes de assumir o controle positivo das suas vidas e com melhor qualidade. "Cabe aos terapeutas ocupacionais e aos demais profissionais que atuam nesse contexto capacitar a família. Para isso, a família deve deixar de ser o simples destinatário e o cuidador deve deixar de ser apenas um receptor de serviços e se tornar um agente de transformação", destaca Pelegrini, reforçando a relevância da atual pesquisa, especialmente "no sentido de identificar as lacunas a serem preenchidas nos serviços com cuidadores e famílias, na identificação das habilidades e competências já presentes, bem como as oportunidades que podem surgir dessas habilidades".

A expectativa do estudo é que os resultados apontem as necessidades e apoios percebidos pelos cuidadores de crianças atípicas e o seu impacto para o empoderamento familiar, de forma a subsidiar uma melhor compreensão de suas questões vivenciadas e, neste sentido, possibilitar estratégias para acompanhamento ou acolhimento. "Essa pesquisa poderá contribuir e ampliar o escopo de conhecimento da Terapia Ocupacional no processo do pensamento ético-político-crítico em âmbito profissional", descreve Pelegrini.

Voluntários
Para desenvolver a pesquisa são convidados (as) cuidadores (as) principais de crianças atípicas (de 0 a 12 anos), sejam formais (profissionais) ou informais (com parentesco ou não), de qualquer região do Brasil. As pessoas interessadas em participar devem preencher o questionário eletrônico, até o dia 30 de abril. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 84687424.6.0000.5504).