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Gisele Bicaletto - Publicado em 22-04-2025 13:00
Estudos sobre envelhecimento são premiados em congresso nacional
Prof. Tiago Alexandre e pesquisadoras do LEPEN durante o Congresso (Foto: Acervo pessoal)
Prof. Tiago Alexandre e pesquisadoras do LEPEN durante o Congresso (Foto: Acervo pessoal)
Entre os dias 3 e 5 de abril, foi realizado o XXIV Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, em Belo Horizonte (MG). Durante o evento, o Laboratório de Estudos em Epidemiologia do Envelhecimento (LEPEN) da UFSCar recebeu diferentes premiações. Dentre os 714 trabalhos aprovados na área de Gerontologia, cinco foram selecionados para apresentação oral e 20 para apresentação em pôster. Entre esses, pesquisadores do LEPEN, vinculados às universidades federais de Alfenas (UNIFAL), da Grande Dourados (UFGD) e de Sergipe (UFS), conquistaram o primeiro e o segundo lugar na categoria de apresentação oral e o primeiro lugar na sessão Top 20 Pôster. Todos os trabalhos foram supervisionados pelo professor Tiago da Silva Alexandre, do Departamento de Gerontologia  (DGero) da UFSCar e coordenador do Laboratório.

Todos os projetos premiados foram desenvolvidos no LEPEN, com a participação de mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos, em colaboração com pesquisadores da University College London (UCL). Para desenvolver a pesquisa, foram utilizados dados do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA Study) - base de dados que compõe o International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), um consórcio de estudos longitudinais situado no DGero e coordenado por Alexandre.

O primeiro lugar na área de Gerontologia, modalidade oral, foi o trabalho de Tábatta Renata Pereira de Brito, docente da UNIFAL e pesquisadora do LEPEN, intitulado "Trajetórias do tamanho da rede social em 16 anos de seguimento do Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento: diferenças de sexo e impactos da vida conjugal e multimorbidade". O estudo analisa, de forma inovadora, os caminhos seguidos pelas redes sociais de pessoas idosas ao longo do tempo e suas relações com aspectos como o estado conjugal e a presença de múltiplas doenças crônicas.

O segundo lugar na área de Gerontologia, também modalidade oral, foi o trabalho de Maria Claudia Bernardes Spexoto, docente da UFGD e pesquisadora do laboratório da UFSCar, intitulado "O ponto de corte adotado para definir baixa força muscular influencia a capacidade da sarcopenia de prever trajetórias de incapacidade em ABVD em pessoas idosas?". A pesquisa analisou dados de 3.328 pessoas idosas participantes do ELSA. Neste estudo, os pesquisadores observaram que o uso de pontos de corte para definir baixa força muscular menores que 30 kg para homens e 20 kg para mulheres são incapazes de indicar o risco de incidência de incapacidade nas atividades básicas de vida diária (ABVDs) em pessoas idosas. É importante lembrar que, de acordo com o Consenso Europeu de Sarcopenia revisado, os pontos de corte recomendados para definir baixa força muscular - e ainda vigentes - são menores que 27 kg para homens e 16 kg para mulheres. "Embora esses pontos de corte estejam valendo na comunidade científica para o diagnóstico da sarcopenia, nós alertamos que eles podem atrasar o diagnóstico da doença e, consequentemente, as intervenções como adequação da dieta e indicação de exercícios poderão ser realizadas tardiamente. Até onde sabemos, este estudo - ainda não publicado - foi o primeiro a comparar a sarcopenia, utilizando os pontos de corte mais usados na literatura para força de preensão manual, na trajetória de incidência de incapacidade em ABVD em pessoas idosas durante 12 anos de acompanhamento", pontua Tiago Alexandre.

O primeiro lugar na área de Gerontologia, na sessão Top 20 Pôster, foi conquistado por Patrícia Silva Tofani, docente da UFS, também pesquisadora do LEPEN, com o trabalho "A combinação de dor e sintomas depressivos aumenta o risco de morte em pessoas com 50 anos ou mais?". A pesquisa analisou dados de 7.017 participantes do ELSA, acompanhados por 14 anos. Embora a dor articular e os sintomas depressivos, isoladamente, não estejam associados a maior mortalidade, a presença simultânea dos dois fatores elevou em 25% o risco de morte. O achado evidencia a importância de abordagens integradas na atenção à saúde da pessoa idosa e contribui para o delineamento de políticas públicas voltadas ao envelhecimento saudável.

"As premiações são um marco importante para o LEPEN/UFSCar e reforçam o compromisso do grupo com trabalhos em rede, com a produção de conhecimento de alta qualidade e com a formação de pesquisadores engajados na melhoria da saúde e qualidade de vida da população idosa", celebra o docente da UFSCar.